26/07/21 | São Paulo
Reportagem publicada no TNPetróleo
Dados prévios da primeira quinzena de julho apontam uma recuperação do setor aos níveis pré-pandemia
O consumo de energia elétrica no Brasil iniciou o segundo semestre em alta. Na primeira quinzena de julho, foram 59.706 megawatts médios consumidos no Sistema Interligado Nacional – SIN, uma ampliação de 1,5% na comparação com o mesmo período de 2020. É a menor taxa de crescimento do ano, aproximando o resultado dos patamares de períodos pré-pandemia. Em relação à primeira quinzena de julho de 2019, o aumento foi de 1,2%. Os dados são preliminares e fazem parte do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.
“Em abril e maio deste ano, tivemos uma alta forte do consumo em relação aos mesmos meses do ano passado, mas o número foi impulsionado pela base muito atípica de 2020. Agora, retomamos um ritmo de crescimento mais próximo do que é a média histórica do setor e devemos continuar observando aumentos gradativos ao longo do segundo semestre”, avalia Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.
Assim como ocorreu em meses anteriores, o mercado livre foi o principal motivador dos aumentos registrados na primeira quinzena de julho. O segmento, no qual grandes consumidores podem negociar sua energia diretamente com geradoras ou comercializadoras, registrou alta de 13,3% na comparação com o ano passado. Enquanto isso, o mercado regulado, em que a comercialização de energia ocorre por meio das distribuidoras, observou uma retração de 4,1%.
Parte desse resultado se deu por conta da entrada de novas cargas no Ambiente de Contratação Livre – ACL, saídos do regulado. Se considerássemos apenas as cargas que já existiam nesses segmentos no ano passado, o mercado livre teria crescimento um pouco menor do consumo, de 8,4%. De seu lado, a queda na fatia das distribuidoras teria sido mais branda, de 1,9%.
Geração de energia
Nos primeiros quinze dias de julho, o volume de energia que ingressou no SIN foi de 62.541 megawatts médios, volume 2% maior do que no mesmo período de 2020. A maior parte foi produzida pelas hidrelétricas, que ofertaram 34.144 MW médios, quantidade 24,2% menor que no ano passado, devido à situação de baixas vazões no país.
Nas duas primeiras semanas do mês, as termelétricas ofertaram 18.049 MW médios ao Sistema Interligado Nacional (SIN), crescimento de 107,6% em relação ao mesmo período de 2020. As matérias-primas mais utilizadas por esse tipo de empreendimento foram o gás natural e a biomassa. Os parques eólicos contribuíram com 9.552 MW Med, aumento de 38,2%, enquanto as usinas fotovoltaicas entregaram ao SIN 796 MW médios, volume 12,4% maior.