20/10/21 | São Paulo
Reportagem publicada pela Exame
O Brasil tem enorme vantagem competitiva sobre a maioria dos países quando se trata de energias renováveis. Essa é a grande mensagem deixada pelos convidados do painel “Energia Limpa: o novo normal”, do evento Melhores e Maiores 2021. Participaram do debate Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeólica); Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR); e Luís Augusto Barroso, presidente da consultoria PSR.
Barroso iniciou a conversa com um panorama da transição energética global. “Estamos saindo de uma matriz majoritariamente fóssil para uma renovável”, afirmou o especialista. Essa mudança, segundo Barroso, é benéfica para o Brasil. “O Brasil está num lugar que muitos países gostariam de estar mas levarão décadas para chegar”, disse ele, ressaltando que a matriz elétrica nacional é, na maior parte, limpa, graças às hidrelétricas.
Para Elbia Gannoum, da Abeólica, a matriz brasileira é perfeita para o avanço da fonte eólica, que funciona em complementariedade às hidrelétricas. “Estamos no período de seca, que é quando temos mais vento”, disse Gannoum. “A energia eólica representa 11% da matriz elétrica, porém, hoje, é cerca de 20% em função da escassez hídrica.”
Menos consolidada, porém apresentando um crescimento acima das demais, está a energia solar. Rodrigo Sauaia destacou que essa fonte atingiu 11 GW de potência no país. Somente os painéis instalados nos telhados de residências e pequenos comércios, que respondem pela maior parte da potência instalada, é gerado anualmente o equivalente a meia usina de Itaipu, a maior do país.
“O potencial é de crescimento é gigantesco. Atualmente, no ranking dos maiores geradores de energia solar, estamos atrás de países com condições bem menos favoráveis, como o Reino Unido, conhecido por seu tempo nublado”, afirmou o presidente da ABSOLAR.
Barros, da PSR, levantou também a questão do desenvolvimento tecnológico das renováveis, que tende a evoluir muito mais. “Em comparação às fontes não renováveis, que estão aí a mais de um século, as renováveis são recentes”, afirmou o especialista. “Esse desenvolvimento está acontecendo e, no futuro, veremos soluções como fachadas de prédio e até objetos que geram energia solar, por exemplo.”
Renovada, a premiação mais importante da economia brasileira celebra as Melhores e Maiores companhias do país, responsáveis por movimentar grande parte da economia brasileira. O prêmio, que chega à 48ª edição tem a missão de mapear o desempenho empresarial do país e entender quais são as organizações que são responsáveis e conduzem a economia local. A entrega dos prêmios começa às 19h — a transmissão online poderá ser acompanhada por aqui .
Da Redação
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