24/07/20 | São Paulo
A energia solar pode, a longo prazo, tornar-se a grande solução para todos os problemas energéticos do país
Mesmo passando pela pandemia do novo coronavírus, que está prejudicando parte das empresas e obrigando famílias a economizar, o mercado de energia solar no Brasil tem mostrado amplo desenvolvimento.
Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) indicam que esse sistema de geração de energia triplicou sua atividade em um ano e, só nos últimos seis meses – sendo três deles já na pandemia –, apresentou crescimento de 50%.
A nova marca atingida é de aproximadamente 3 GW de potência instalada em painéis solares em telhados de residências e de empresas. Já são cerca de 255 mil sistemas fotovoltaicos fornecendo energia a partir de ligações para mais de 318 mil unidades consumidoras.
Ainda de acordo com a Absolar, empresas de comércio e serviço são as que mais utilizam a capacidade total, já que os maiores benefícios em termos de economia são para quem tem contas de luz mais salgadas – acima de R$ 500. No que diz respeito à quantidade de instalações, as residências são a maioria.
Outro dado ressaltado pela associação é que a energia solar é gera empregos. Os dados apontam que, desde 2012, o setor solar fotovoltaico gerou cerca de 180 mil postos de trabalho no país.
Motivação
Para o empresário do setor fotovoltaico em Araçatuba (SP), Francis Polo, o avanço da fonte solar no Brasil foi impulsionado pelos sistemas de pequeno porte, geralmente instalados por consumidores no telhado de residências e estabelecimentos comerciais ou em terrenos.
“Nós tivemos crescimento acelerado de 2019 para cá, principalmente porque as pessoas e as empresas, que já não pagavam barato pela energia, começaram a receber contas ainda mais caras”, afirma.
Polo explica que o retorno do que foi investido é significativamente vantajoso. “Já tivemos clientes que notaram uma boa diferença no primeiro mês de uso. Além do mais, é uma forma de gerar e consumir energia de maneira limpa e sustentável, o que tem contado ainda mais nos dias atuais”, diz.
Os sistemas de geração distribuída também têm crescido rapidamente no Brasil desde que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu regras para que a produção possa ser abatida da conta de luz dos consumidores que investiram nas instalações.
“O que também contribui para o avanço da energia solar em todo o país são os benefícios e facilidades que a Aneel têm proporcionado, apesar de ainda haver muito a ser discutido neste sentido já que o setor precisa de mais reconhecimento, entre outras coisas”, ressalta Polo.
Para concluir, Polo comenta que ainda há muito o que se fazer para que o Brasil se torne um dos principais países na geração de energia solar no mundo, mas que o caminho que está sendo trilhado é promissor para que isso aconteça.
“O país e os seus cidadãos ainda precisam se conscientizar e incentivar muito mais o setor fotovoltaico e a utilização da luz do sol como fonte de energia. Acredito que estamos no caminho certo e caminhando a passos largos para sermos um dos melhores do mundo neste quesito”, finaliza o empresário.