15/09/20 | São Paulo
GD solar deve atrair investimentos de R$ 70 bilhões até 2030
A GD (geração distribuída) fotovoltaica deve receber investimentos de cerca de R$ 70 bilhões nos próximos 10 anos, segundo estudo da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) no Plano Decenal de Energia 2030 .
De acordo com o levantamento, a capacidade instalada desses sistemas poderia atingir 24,5 GW em 2030, em um cenário sem grandes mudanças nas regras atuais para a remuneração da energia gerada.
A previsão é mais otimista que um cenário traçado pela EPE no ano passado, em seu Plano Decenal 2029, que sinalizava para 11,4 GW em GD no final do período de dez anos e aportes de quase R$ 50 bilhões.
A projeção da estatal, ligada ao MME (Ministério de Minas e Energia), tem como base um chamado “cenário verão”, no qual o governo manteria uma política de grande incentivo a esses sistemas, fazendo mudanças sutis na atual regulação.
Em outro caso, o “cenário primavera”, com redução de incentivos tarifários à geração distribuída, os investimentos somariam R$ 50 bilhões até 2030, enquanto a capacidade instalada alcançaria 16,8 GW.
Aumento de sistemas fotovoltaicos
O estudo apontou ainda que o número de consumidores com sistemas próprios de geração seria de 3 milhões nos próximos 10 anos no cenário otimista e de 2 milhões nas previsões mais moderadas.
A estatal avaliou também que os painéis solares fotovoltaicos devem responder por 79% da energia entregue pela GD em 2030, com sistemas hidrelétricos na segunda colocação, com 11%.
Segundo a EPE, a geração distribuída deverá contribuir com 4,6% e 3,2% da carga total de energia em 2030, nos cenários verão e primavera, respectivamente.
Projeção mais otimista
De acordo com a projeção mais otimista, a curva de crescimento da GD no Brasil pode ser ainda maior, podendo alcançar 35,8 GW de capacidade instalada no final da próxima década. Nesse cenário, considera-se a manutenção integral das regras vigentes. Ou seja, compensação integral das componentes tarifárias e sem aplicação de tarifa binômia.
GD segue crescendo no Brasil
Desde 2013, a GD fotovoltaica cresceu a uma taxa média de 230% ao ano no Brasil , segundo dados divulgados pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
A geração distribuída no país também registrou uma alta de 77,83% no primeiro semestre de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado. É o que apontou um levantamento exclusivo feito pelo Canal Solar.
Atualmente, de acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), as instalações de GD somam cerca de 3,66 GW em capacidade instalada no Brasil.