Energia solar: Veja como evitar desabastecimento no inverno amazônico, quando a geração é menor

17/03/24 | São Paulo

Saiba como conseguir o adicional necessário no período de chuvas intensas e ganhar crédito durante o verão como medida compensatória

Por: Gabriel da Mota

Reportagem publicada pelo O Liberal

O período de chuvas intensas na região Norte do país, conhecido como “inverno amazônico”, representa uma diminuição de 20% na geração de energia solar no Pará, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). No entanto, consumidores que utilizam este tipo de serviço não ficam desabastecidos e ainda podem ter uma economia de até 85% na tarifa de energia, considerando a média anual e a geração de energia solar excedente no verão. Em Belém, os CEOs da Resolve Energia Solar, empresa de instalação de painéis fotovoltaicos em expansão no Pará, explicam como funciona a compensação desses gastos a longo prazo.

O cálculo da economia gerada pelo uso da energia solar costuma considerar a sazonalidade. “Considerando a média de 100% de consumo, no inverno é produzido 82% dessa energia e, no verão, 125%. Então, os 25% excedentes mais do que compensam os 18% que faltaram”, explica Benedito Viegas, um dos sócios da empresa. Caso a instalação dos painéis ocorra em dezembro, o cliente deverá pagar à distribuidora de energia elétrica, nos primeiros meses do ano seguinte, pela utilização da energia que não for gerada pela radiação solar; dessa forma, não ficará desabastecido. Por outro lado, o que for produzido de energia excedente no verão se tornará crédito para esse mesmo consumidor, podendo ser utilizado no prazo de até 60 meses. 

“Às vezes, não é só a questão das chuvas, mas também o consumo dentro de casa. O cliente ‘relaxa’ quando tem energia solar, mas os nossos especialistas estão sempre aptos para oferecer um pouquinho mais [de energia]”, esclarece Jéssica Viegas, também CEO da empresa, cuja cartela de clientes é formada majoritariamente por consumidores residenciais. Os sócios ressaltam que o estado do Pará ainda possui a tarifa de energia elétrica mais alta do país, tornando-se cada vez mais vantajosa a migração para a energia solar.

Para quem consome, em média, 500 quilowatts por mês e paga aproximadamente R$ 700 na conta de energia elétrica, a instalação dos painéis fotovoltaicos em casa gira em torno de R$ 17 mil; valor que pode ser financiado em parcelas de 500 reais mensais. Além disso, o consumidor continuará pagando as taxas de iluminação pública e de disponibilidade do serviço, que devem somar cerca de R$ 120. Nesse sentido, a solução apresentada por empresas como a Resolve Energia virá a longo prazo. “Por mais que o consumidor pague um financiamento de cinco a sete anos, uma hora, essa conta vai acabar. E os nossos equipamentos têm a garantia de fábrica de 25 anos”, esclarece.

“Historicamente, nunca esteve tão barato o acesso à energia solar”, destaca Benedito Viegas. Segundo ele, cinco anos atrás, a migração para energia solar poderia custar até R$ 450 mil. Só no intervalo dos últimos dois anos, a redução desse custo foi de 40%. Atualmente presente na capital e nas cidades de Santa Izabel do Pará, Castanhal e Salinas, a empresa de Benedito e Jéssica Viegas deve chegar a 40 unidades em todo o estado até o final do ano. 

Pará é 12º no ranking nacional de energia solar

De acordo com a Absolar, a geração própria de energia pela radiação solar abastece, atualmente, mais de 96,4 mil consumidores paraenses. O estado possui mais de 74,9 mil conexões operacionais de fonte fotovoltaica em telhados, fachadas e pequenos terrenos, espalhadas por 143 dos 144 municípios do Pará. A entidade informa, ainda, que o Pará possui 842 megawatts instalados em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

“A geração de energia solar aqui no nosso estado é muito boa, apesar do período invernoso. Tanto é que, recentemente, passamos da 13ª para a 12ª posição no ranking dos estados brasileiros com maior potência instalada de energia solar fotovoltaica para geração própria”, informa o coordenador estadual da Absolar no Pará, Daniel Sobrinho. “Além dos benefícios ambientais, a pessoa tem vinte e cinco anos, pelo menos, para usufruir dessa energia, que é a previsão da durabilidade dos sistemas”, acrescenta o representante da entidade.