26/11/24 | São Paulo
Dados globais se referem a 2023 e fazem parte do novo relatório publicado pela Agência Internacional de Energia
Reportagem publicada pelo Canal Solar
O setor de energia criou quase 2,5 milhões de novos empregos em 2023, atingindo um total de 67 milhões de trabalhadores ativos em todo o mundo, de acordo com um relatório divulgado pela IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês).
Desse total, 1,5 milhão de empregos foram gerados no segmento de energias limpas, enquanto o setor de combustíveis fósseis adicionou 940 mil novas vagas.
A energia solar fotovoltaica destacou-se como a principal fonte renovável em contratações, com mais de 500 mil admissões no período.
No segmento de veículos elétricos e baterias, os empregos cresceram em 410 mil devido ao posicionamento das empresas para capturar uma fatia maior desse mercado em expansão, mesmo enfrentando custos elevados e uma concorrência global crescente.
Por outro lado, o setor de energia eólica enfrentou um alto número de demissões em razão do aumento dos custos e da desaceleração no pipeline de projetos offshore.
Ainda assim, o número total de empregos aumentou, impulsionado pela construção de um volume recorde de novos projetos.
O crescimento de empregos no setor energético apresentou variações regionais significativas, segundo a IEA.
Na China, as energias limpas foram responsáveis por mais de 90% do aumento nas contratações, enquanto no Oriente Médio, 80% dos novos empregos foram gerados pelo setor de combustíveis fósseis.
No segmento de combustíveis fósseis, os empregos em petróleo e gás cresceram cerca de 3% em 2023, enquanto as contratações no setor de carvão apresentaram um declínio estrutural.
O aumento nas vagas de petróleo e gás foi impulsionado por novas infraestruturas de GNL (gás natural liquefeito) e desenvolvimentos upstream nas Américas e no Oriente Médio.
Segundo a IEA, o crescimento do emprego em combustíveis fósseis deve estagnar em 2024, refletindo o equilíbrio cauteloso das empresas entre demandas de curto prazo e perspectivas de longo prazo.
Muitos setores também estão lutando contra a escassez de trabalhadores qualificados, especialmente aqueles que exigem altos graus de especialização, como a energia nuclear.
Após uma queda em 2022 causada pelos efeitos da pandemia, os salários no setor de energia retomaram o crescimento em 2023.
Funções especializadas tiveram aumentos de até 9% nos principais mercados, enquanto ocupações mais genéricas enfrentaram reajustes menores.
A IEA destacou que os salários no setor de energias limpas cresceram mais rapidamente do que no setor de combustíveis fósseis.
Contudo, ressaltou que trabalhadores do ramo de petróleo e gás ainda ganham, em média, cerca de 15% mais do que seus pares em fontes limpas, evidenciando uma disparidade entre os segmentos.