19/06/23 | São Paulo
Com o ingresso, associação torna-se a primeira entidade brasileira do setor privado a integrar a iniciativa
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) acaba de formalizar adesão à iniciativa internacional Hydrogen for Development Partnership (H4D), lançada na COP 27 e liderada pelo Banco Mundial. Com isso, a associação passa a ser a primeira entidade brasileira do setor privado a integrar o grupo, do qual também participam a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).
O grupo H4D do Banco Mundial é uma nova iniciativa para ajudar a catalisar financiamentos significativos para investimentos em hidrogênio produzido por fontes renováveis, tanto na esfera pública quanto no setor privado. Ao reunir as partes interessadas no desenvolvimento desse combustível sustentável, o grupo atuará na promoção e desenvolvimento de capacidades e soluções regulatórias, modelos de negócios e tecnologias para a consolidação do hidrogênio de baixo carbono e países em desenvolvimento.
O grupo conta atualmente com várias instituições industriais, acadêmicas e de pesquisa, que vão se reunir semestralmente para debates, análises e proposituras junto aos setores público e privado, além de trocar informações sobre as atividades dos parceiros e estabelecer acordos organizacionais para a entrega de tarefas.
“A parceria, inédita para uma entidade de classe no Brasil, é mais uma iniciativa da ABSOLAR para contribuir com o desenvolvimento do mercado brasileiro de hidrogênio verde (H2V), tanto para exportação de seus derivados quanto para consumo doméstico”, comenta Eduardo Tobias, coordenador da Força-Tarefa de Hidrogênio Verde da ABSOLAR e um dos articuladores da parceria da entidade com o Banco Mundial. “É fundamental o Brasil ter representatividade nessas ações multilaterais para construir seu protagonismo nesse mercado tão promissor”, acrescenta.
Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, o H2V tem o potencial de se tornar em pouco tempo um eixo estratégico na transição energética e descarbonização dos setores produtivos, de diversos segmentos. “Além de sustentável, pode ser utilizado em diversas aplicações, reduzindo drasticamente as emissões de gases de efeito estufa de setores de difícil descarbonização, tais como: fertilizantes nitrogenados, mineração, siderurgia, produção de metanol, de aço, transporte aéreo, marítimo e terrestre de veículos pesados, entre outros”, explica Sauaia.
Já Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, destaca que, para que o mundo atinja a neutralidade de emissões de gases de efeito estufa até 2050, o Brasil precisa fazer a sua parte e pode, inclusive, transformar este desafio em uma grande oportunidade de acelerar seu desenvolvimento socioeconômico e ambiental.
“O Brasil pode produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo, por conta de possuir uma matriz elétrica eminentemente de fontes renováveis, o que coloca o País na perspectiva de se tornar o maior fornecedor global do combustível para os mercados europeus e outros. E mais: pode estabelecer um caminho perene de reindustrialização, possibilitando a atração de novas fábricas, mais capital estrangeiro, novas oportunidades de negócios e novas tecnologias”, conclui Koloszuk.