11/05/22 | São Paulo
Reportagem publicada pela Revista do Setor Elétrico
O protagonismo do Brasil no mercado internacional da fonte solar tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Segundo apuração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com base em dados atualizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a recente publicação da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), em 2021, o País assumiu a 4ª posição no ranking mundial dos países que mais instalaram energia solar no ano.
Os dados consideram a somatória das grandes usinas solares com os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O ranking, atualizado neste mês de abril, traz como base a potência existente no final de 2021. Contudo, recentes atualizações na base de dados disponibilizada pela Aneel apontam um aumento ainda maior da capacidade instalada em sistemas de geração própria de energia solar fotovoltaica acumulada até o final do ano passado.
De acordo com o mapeamento, a quarta colocação do Brasil é fruto dos 5,7 GW adicionados no ano de 2021. Ao analisar a capacidade total acumulada da fonte solar, o Brasil subiu uma posição no ranking mundial e assumiu a 13ª colocação entre as nações no mundo. O Brasil encerrou 2021 com mais de 13,6 GW de potência operacional da fonte solar, segundo a ABSOLAR.
O ranking é liderado pela China, com 306 GW, seguida pelos Estados Unidos (93 GW), Japão (74 GW), Alemanha (58 GW) e Índia (49 GW).
Atualmente, a fonte solar já ultrapassa a marca de 15 GW no Brasil, com mais de R$ 78,5 bilhões de investimentos acumulados e mais de 450 mil empregos criados desde 2012. Com isso, também evitou a emissão de 20,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
Vale ressaltar que a solar fotovoltaica é a fonte renovável mais competitiva do País, sendo uma forte locomotiva para o desenvolvimento sustentável, com geração de emprego e renda, atração de investimentos, diversificação da matriz elétrica e benefícios para todos os consumidores. Além de democrática e acessível, a energia solar é rápida de instalar e ajuda a aliviar o bolso dos consumidores, reduzindo em até 90% seus gastos com energia elétrica.
Já as usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos em 2021, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores nos últimos meses.
Embora os resultados apresentados no ranking mundial sejam motivo de comemoração, o Brasil pode avançar mais, como feito para outras fontes renováveis. Nosso País já está posicionado entre os dez primeiros no acumulado das demais fontes renováveis, incluindo hídrica (2º lugar), biomassa (2º lugar) e eólica (6º lugar), e só na fonte solar que o País ainda não atingiu o TOP 10 no mundo. Contudo, temos totais condições de chegar lá em um horizonte de curto prazo. Neste sentido, se o Brasil ainda está atrasado na fonte solar, em comparação com outras renováveis, o avanço recente do mercado fotovoltaico mostra que há um oceano de oportunidades para quem quer trabalhar e empreender neste setor promissor em nosso País.