21/03/22 | São Paulo
Reportagem publicada pelo Diário do Estado
Não é preciso ser um expert para saber que o preço da energia elétrica vem subindo drasticamente nos últimos anos. Economizar ao máximo já não impacta tanto na fatura mensal. A alternativa para muitos goianos foi investir na energia solar.
A mudança fez a diferença para eles e para o mercado já que o estado se tornou o sétimo no país em um ranking dos maiores consumidores dessa fonte, de acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
A quantidade de empresas do setor aumentou e a oferta combinada com a alta demanda favoreceu a queda nos preços. O aposentado Roberto Nascimento havia feito um orçamento anos atrás e se assustou com os valores, mas agora está repensando o custo.
“Além de estar mais popular e mais barato, a energia solar vai compensar a médio e longo prazo porque todo ano tem um aumento na eletricidade. Acredito que agora vai valer a pena”, diz.
A percepção dele está correta e provada em números pelo especialista no assunto, o engenheiro eletricista e empresário do segmento, Rafael Barbosa. Ele expõe uma vantagem tentadora dessa fonte: a redução de até 95% da conta de energia elétrica contra o aumento progressivo de 10% ao ano, em média, da taxa da eletricidade. Pelas contas, o investimento comparado às modalidades de financiamento têm retorno garantido em pouco tempo.
“Financiando um sistema fotovoltaico em 100%, dependendo do número de prestações, o valor da prestação já é menor que a fatura que o cliente já paga para a distribuidora de energia elétrica. Ou seja, o cliente vai pagar o financiamento com parcelas fixas e ao fim do financiamento aquele bem será de sua posse e ainda irá usufruir por, pelo menos, mais 20 anos. Difícil mensurar, mas o retorno depende do perfil de consumo. Um cliente que consome 10 mil KWh por mês terá o retorno em menos de dois anos e meio”, explica.
Há algum tempo, os imóveis já estão sendo construídos com todo o aparato necessário para montar uma usina geradora da energia solar formada por placas ou módulos fotovoltaicos, módulos, inversores, estruturas de fixação e materiais elétricos. O empresário Jader Campos atua na construção civil e ressalta que a estrutura é uma demanda dos clientes.
“Uma das primeiras perguntas é ‘tem energia solar?’ porque significa que parte do valor pago pela casa será diluído na economia com eletricidade fora a preocupação com o meio ambiente”, diz.
A tendência é que a modalidade seja massificada, principalmente com o repasse aos consumidores do empréstimo de R$10,5 bilhões feito pelo setor elétrico, o que deve ocorrer a partir do ano que vem. Rafael frisa que o mercado está bastante aquecido, impulsionando várias empresas novas e existentes que trabalhavam em outro segmento a entrarem para abocanhar uma parte deste grande ramo promissor.
É um reforço ao movimento iniciado em 2018 devido à queda do custo dos equipamentos da usina, melhor retorno do investimento, constantes altas na tarifa de energia elétrica e mais confiança do cliente consumidor.