15/01/24 | São Paulo
Reportagem publicada pelo Portal Solar
Amazônia Legal é território brasileiro com maior número de pessoas sem acesso à rede elétrica; iniciativas públicas e privadas buscam atender região por meio da tecnologia fotovoltaica
A energia solar é a melhor solução para levar eletricidade para regiões remotas do Brasil e atender populações em situação de pobreza energética. Além de ser uma fonte renovável e limpa, a tecnologia se destaca pela versatilidade e baixo custo para atender locais sem acesso a rede elétrica.
De acordo com a gerente de marketing e parcerias da ONG Litro de Luz, Tayane Belem, atualmente cerca de 1,7 milhão de pessoas não possuem acesso à energia elétrica no país. “Estamos falando de um número muito concentrado no Norte do Brasil, onde quase um milhão de pessoas não possuem esse acesso. É uma contradição, porque a região é a que mais produz energia para os sudestinos”.
A Litro de Luz é uma organização especializada em levar soluções sustentáveis de iluminação para populações de baixa renda, também capacitando moradores para a instalação, replicação e manutenção da tecnologia.
Belem explica que a organização atende cerca de 15 países e que no Brasil eles atuam principalmente em comunidades ribeirinhas. “Em quase 10 anos de Litro de Luz são mais de 30 mil impactados, chegando a quase 150 comunidades iluminadas com cerca de 5 mil soluções, montadas junto com os moradores”.
Ela destacou que, para suprir de forma parcial a necessidade energética, muitos lugares utilizam métodos poluentes de iluminação, como é o caso de geradores à diesel, que também possuem manutenção difícil e preço elevado.
“Tinha uma comunidade que estava há mais de seis meses com o equipamento quebrado, sem previsão de manutenção. Então existem comunidades que até possuem o gerador, porém de forma precária e por um período muito curto”, pontuou.
A energia solar fotovoltaica é uma alternativa viável para substituir esses geradores por alguns fatores: é uma fonte de energia limpa e renovável, que faz uso de um recurso infinito, a luz solar, para produzir eletricidade. A tecnologia ainda tem uma característica modular, que permite instalações descentralizadas e de diferentes portes.
Os custos e o tempo de instalação de um gerador solar são menores do que levar uma rede elétrica para uma região isolada. Por fim, é um equipamento que exige menor manutenção do que um gerador a diesel.
Essa solução já mudou a vida de diversas famílias no Brasil. Um exemplo é a iniciativa pública “Energias da Amazônia”, que até 2030 irá investir R$5 bilhões para viabilizar a transição dos sistemas isolados da Amazônia, que utilizam métodos poluentes para gerar energia.
Em uma nota técnica lançada recentemente pelo Instituto de Energia e Meio ambiente (IEMA) para atender todas as famílias da região da Amazônia Legal, será necessário um investimento de, em média, R$ 7,2 e 38 bilhões. O estudo estima que até 2028 as mais de 226 mil unidades consumidoras da região devem receber energia elétrica de fontes renováveis.