07/10/22 | São Paulo
O Brasil ultrapassou marca histórica de 20 gigawatts de potência instalada da fonte fotovoltaica em setembro
A fonte fotovoltaica está prestes a se tornar a segunda maior geradora de energia no Brasil, atrás apenas da matriz hídrica, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
Dados da associação mostram que o Brasil ultrapassou em setembro uma nova marca histórica de 20 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar. Somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia elétrica em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o número é o equivalente a 9,6% da matriz elétrica do país.
Atualmente há aproximadamente 1,2 milhão de sistemas solares residenciais instalados, segundo a associação.
E esse tipo de energia está em plena expansão. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) , de janeiro ao início de outubro deste ano, a energia solar cresceu 44,4%, saltando de 13,8 GW para os 20 GW.
Só nos últimos 120 dias, o ritmo de crescimento tem sido praticamente de um GW por mês, o que coloca a fonte na terceira posição da matriz elétrica brasileira (junho: 15,8 GW, julho: 16,4 GW, agosto: 17,5 GW, setembro: 18,6 GW, outubro: 20 GW).
A fonte de energia solar já trouxe ao Brasil cerca de R$ 103,0 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 27,2 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 600 mil empregos acumulados desde 2012, segundo a ABSOLAR. Com isso, também evitou a emissão de 28,4 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, o crescimento da fonte solar é a combinação perfeita entre sustentabilidade e energia barata, aspectos fundamentais na tomada de decisão dos consumidores e do setor produtivo.
“Finalmente, o Brasil acordou para a energia solar e seus benefícios, cujo crescimento acelerado colocará em breve a fonte fotovoltaica na segunda posição da matriz elétrica brasileira”, acredita. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, acrescenta Koloszuk.
Ainda segundo levantamento da ABSOLAR, no segmento de geração própria de energia, são praticamente 13,5 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale a cerca de R$ 73,9 bilhões em investimentos, R$ 17,2 bilhões em arrecadação e 405 mil empregos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9 % de todas as conexões de geração própria no país, liderando o segmento.
Os consumidores brasileiros que pretendem instalar sistemas de energia solar em residências e empresas têm, a partir de outubro, 100 dias para viabilizar o sistema fotovoltaico antes das mudanças de regras aprovadas pelo Congresso Nacional.
Pela nova Lei 14300/2022, publicada no início deste ano, há um período de transição que garante até 2045 a manutenção das regras atuais aos consumidores que solicitarem o parecer de acesso de sistemas de geração própria de solar até o final de 6 de janeiro de 2023. Após esta data, a Lei prevê que novas conexões terão uma cobrança gradual e escalonada sobre a energia injetada na rede elétrica.
Em meio a um ano recorde de crescimento no país, a ABSOLAR projeta que os próximos meses serão ainda mais aquecidos para o segmento de geração solar de pequeno e médio portes. Segundo dados da entidade, de janeiro a agosto de 2022, foram conectados à rede mais de 382,7 mil novos sistemas fotovoltaicos, um crescimento de mais de 57% em relação aos 243,6 mil adicionados no mesmo período do exercício anterior.