26/03/25 | São Paulo
Um avanço significativo no campo da energia solar acaba de ser alcançado com a criação de uma célula solar de baixo custo e flexível, capaz de durar quase dez vezes mais do que seus predecessores.
Publicado pelo portal MSN Brasil – 25/03/2025
Esta inovação pode mudar o jogo na produção de energia solar. As células de perovskita, frequentemente chamadas de “santo graal” da energia solar, representam uma alternativa leve às tecnologias solares tradicionais baseadas em silício. Sua estrutura flexível permite aplicação em diversas superfícies, como carros ou telefones, na forma de uma camada imprimível, facilitando o carregamento em movimento. No entanto, as células de perovskita também apresentam limitações importantes, principalmente sua rápida degradação devido a reações químicas com a umidade do ar, resultando em vazamento de iodo.
Uma equipe de pesquisadores recentemente encontrou uma solução para esse problema ao integrar nanopartículas nas perovskitas, aumentando assim a vida útil das células para 1.530 horas, quase dez vezes mais do que os designs anteriores. Esta pesquisa, publicada na EES Solar, marca um passo crucial para o desenvolvimento de células solares de alto desempenho capazes de resistir a condições reais, aproximando sua utilização comercial em escala global. Os cientistas incorporaram nanopartículas de óxido de alumínio nas células durante sua fabricação, impedindo não apenas o vazamento de iodo, mas também criando uma estrutura mais uniforme e condutora.
Os testes realizados sob condições extremas de calor e umidade mostraram que as células modificadas mantiveram um alto desempenho por mais de dois meses, uma melhoria significativa em comparação com as 160 horas das células não aprimoradas. Os pesquisadores planejam continuar suas investigações para verificar se esses ganhos podem ser ainda mais melhorados. Este avanço na estabilidade e no desempenho das células de perovskita abre novas perspectivas para sua adoção como solução energética principal, marcando um ponto de virada na pesquisa sobre energia solar.
O que é a perovskita e por que ela é importante para a energia solar?
A perovskita é um material cristalino que chamou a atenção por seu potencial na produção de energia solar. Diferentemente do silício tradicional, a perovskita pode ser fabricada a um custo menor e aplicada em superfícies flexíveis, abrindo novas possibilidades para a integração da energia solar em objetos do cotidiano. As células solares de perovskita são capazes de converter luz em eletricidade com uma eficiência comparável, ou até superior, à das células de silício.
No entanto, sua principal limitação está na durabilidade, pois se degradam rapidamente quando expostas à umidade e à luz. A pesquisa recente permitiu superar esse obstáculo ao integrar nanopartículas na estrutura das células, melhorando sua estabilidade e vida útil. Esta inovação pode tornar a energia solar mais acessível e menos custosa, contribuindo para a transição para fontes de energia renováveis.
Como as nanopartículas melhoram as células solares de perovskita?
A integração de nanopartículas nas células solares de perovskita representa um avanço tecnológico significativo. Essas nanopartículas, em particular as de óxido de alumínio, atuam como uma barreira contra a umidade, impedindo a degradação rápida das células. Além de proteger as células, as nanopartículas melhoram a condutividade elétrica, permitindo uma conversão mais eficiente de luz em eletricidade. Isso resulta em um desempenho aumentado e uma vida útil prolongada das células solares.
Essa abordagem permitiu que os pesquisadores testassem as células em condições extremas, demonstrando sua resistência e eficiência por um período prolongado. Essas melhorias abrem caminho para uma adoção mais ampla das células de perovskita no setor de energia solar.
Fonte: EES Solar
