Fazenda de Ribeirão Bonito gera energia solar capaz de abastecer 2,5 mil casas no sistema de compartilhamento; veja vantagens

24/10/23 | São Paulo

Reportagem publicada pelo G1

Modalidade permitida pelo governo desde 2015 pode gerar economia de até 10% na conta de energia dos consumidores.

Uma fazenda em Ribeirão Bonito (SP) destinou uma parte de seu território, que poderia ser utilizado para a produção de alimentos ou a pecuária, para produzir energia solar.

A produção local é capaz de abastecer 2,5 mil casas e atender 10 mil pessoas, o equivalente a praticamente a toda a população do município, que segundo o Censo 2022, é de 10.989 pessoas.


A propriedade está inserida em uma modalidade que tem crescido no Brasil: a energia compartilhada (leia mais abaixo) e faz parte de um projeto que prevê a instalação de outras 30 fazendas – também chamadas de usinas – solares.

“Todos os nossos projetos eles são pesquisados. É feito um levantamento para ver a melhor região com índice de irradiação solar para fazer a instalação”, explica o gerente de obras Felipe Dornellas.

Em 15 hectares, a usina, que começou a funcionar em agosto, pode gerar até 5 megawats por meio de 12 mil placas solares.

As fazendas de energia são muito fácies de serem identificadas, é possível ver inúmeras placas solares uma ao lado da outra, como se fosse uma plantação, mas nesse caso, o que é colhido é a energia que vai abastecer casas e comércios.

Neste tipo de produção, as placas geram energia a partir da irradiação solar, que é passada por geradores e seguem para uma subestação da concessionária e vai pro sistema de distribuição de energia elétrica.

Energia mais barata

A energia elétrica gerada a partir de energia solar é mais barata que a produzida nas hidrelétricas, principal fonte de eletricidade no Brasil. Hoje este tipo de energia ocupa a segunda posição na matriz energética brasileira, com 12% do total gerado.

Também é mais barata para o consumidor. Desde 2015, o governo federal autoriza a energia compartilhada que pode ser usada por um grupo de casas, empresas, comércios em geral.

Funciona por meio de consórcio ou cooperativa. Ela pode ser montada por um grupo de moradores de um condomínio, por exemplo, mas a forma mais comercializada atualmente é por empresas especializadas.

Para quem adere à energia compartilhada, o desconto na conta de luz pode chegar a 10%.

São Paulo é o segundo estado do país com mais geração de energia compartilhada. Conta com quase 400 mil unidades consumidoras, a maior parte delas residencial (54%). Mas há também o consumo por estabelecimentos comerciais (28%), propriedades rurais (10%), e uso industrial e de serviço público, incluindo iluminação (8%).

Para aderir à energia compartilhada é preciso contatar uma empresa que presta este tipo de serviço. É importante verificar a reputação e avaliação da fornecedora e também tirar todas as dúvidas sobre o que está sendo contratado.

A produtora audiovisual de São Carlos Camila Lazaresko Madrid aderiu ao sistema e não se arrepende.

“Praticamente não investiu nada, não teve que pagar nenhuma taxa e tem o desconto na energia, dependendo do total da fatura 10% é bastante. E também é interessante acompanhar em tempo real o consumo, você consegue controlar e se planejar melhor para o final do mês, então é bom saber quanto vai gastar”, afirmou.