08/01/21 | São Paulo
Energia solar dos EUA atingiu recordes bons e ruins no mesmo ano
Legenda: A China se comprometeu a atingir a neutralidade em carbono até 2060, o que coloca o maior mercado mundial de energia solar e eólica no caminho para aumentar as instalações no início do próximo plano quinquenal (Imagem: Reuters/Thomas Bohlen)
Mesmo depois de a Covid-19 ter causado estragos em quase tudo, o novo ano começa com um crescimento acelerado da energia renovável. “2020 foi o ano de surpresas positivas para o meio ambiente de uma forma que poucos previram”, diz Jeff McDermott, responsável pela Nomura Greentech. “Foi um ano revolucionário em sustentabilidade e infraestrutura.”
O crescimento deve continuar em 2021, impulsionado em parte pelos principais pontos de inflexão do ano passado. A China se comprometeu a atingir a neutralidade em carbono até 2060, o que coloca o maior mercado mundial de energia solar e eólica no caminho para aumentar as instalações no início do próximo plano quinquenal.
Alguns analistas começam a prever que o setor de energia dos EUA se aproxima do pico do gás natural. Isso poderia acelerar a expansão contínua das instalações de painéis solares.
Para entender o que tem impulsionado o avanço das energias renováveis, bem como os possíveis obstáculos, elaboramos um guia sobre as maiores mudanças recentes e as principais forças que influenciarão o mercado renovável global em 2021.
No final do ano, porém, o setor se recuperou e o país acrescentou 19 gigawatts de energia solar total, com base nas projeções de dezembro da Wood Mackenzie e da SEIA. O volume corresponderia a um pouco mais da energia existente na Colômbia no final de 2019, de acordo com a BloombergNEF.
A principal associação de energia solar do país espera expansão recorde do segmento nos próximos cinco anos, após o anúncio do presidente Xi Jinping em setembro de que o país planeja zerar as emissões de carbono até 2060.
Embora o ensolarado país do sul da Europa ainda tenha cerca de um terço da capacidade solar instalada do líder da UE, a Alemanha, o crescimento do setor espanhol deve ser cerca do dobro do ritmo alemão nos próximos dois anos, de acordo com a BloombergNEF.
Cerca de 40% da eletricidade na União Europeia no primeiro semestre de 2020 veio de fontes renováveis, em comparação com 34% de usinas que queimam combustíveis fósseis, de acordo com o grupo ambientalista Ember.
O Reino Unido vai eliminar completamente o combustível poluente até 2025, já que uma parte cada vez maior de sua energia vem de parques eólicos.
O primeiro-ministro Boris Johnson também prometeu proibir novos carros movidos a gasolina até 2030 e gastar US$ 1 bilhão nesta década para capturar emissões de carbono de pelo menos dois polos industriais.
No lado positivo, porém, as licitações para desenvolver projetos solares continuaram a bater novos recordes. Com isso, quando as finanças das empresas de energia estiverem em ordem, a aposta é que a energia solar será a opção mais barata.
Mas isso causa estragos em concessionárias de energia: a demanda diurna por eletricidade da rede caiu para níveis recordes em três estados em 2020, e usinas com alto custo passaram a operar bem abaixo da capacidade.
Os preços subiram 75% em menos de dois meses. Os preços de vidros fotovoltaicos também dispararam com o maior uso de painéis bifaciais, enquanto a capacidade foi cortada por restrições em fábricas de vidro altamente poluentes na China.
O aumento dos custos até agora não afetou as vendas, mas se refletiram na cadeia de suprimentos de energia solar. Os preços dos módulos tiveram o primeiro aumento trimestral desde 2015.