19/02/21 | São Paulo
Combustível limpo | Nesta sexta-feira, 19, será firmado, dentre outras parcerias, um protocolo de intenções com uma empresa australiana interessada em montar uma planta de eletrólise no Complexo do Pecém. Em outra frente, também foi firmado um acordo para desenvolvimento de pesquisas para produção de querosene de aviação à base de hidrogênio verde
O Ceará começa a dar passos importantes para estruturação de uma cadeia produtiva em torno do hidrogênio verde no Estado. Na próxima sexta-feira, 19, o Governo deve assinar os primeiros protocolos de intenções para viabilizar a instalação de uma planta de eletrólise no Complexo do Pecém. E, em outra frente, firmou parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Agência de Desenvolvimento Alemão para o desenvolvimento de pesquisas envolvendo o combustível no setor da aviação.
O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes de energias renováveis, é apontado como peça-chave para ajudar os países em seus processos de transição energética. O Acordo de Paris, assinado por mais de 190 países, por exemplo, tem como meta zerar a emissão de gás carbônico no mundo até 2050.
O caminho do Ceará para conquistar o mundo com energia limpa
O secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet), Maia Junior, explica que a ideia é montar no Complexo do Pecém uma planta de eletrólise que use como insumos as energias eólica e solar para produção de hidrogênio verde. O método utiliza corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio que existe na água. O projeto já tem, inclusive, um investidor australiano interessado.
“Nós só estamos ajustando os últimos detalhes, mas devemos assinar nesta sexta-feira. Será um evento virtual, em conjunto com nossos parceiros, para anunciar o que será feito para desenvolver esta cadeia produtiva no Estado. Não tenho dúvidas de que este hub vai colocar o Ceará em posição de destaque no cenário mundial da transição energética.”
O projeto liderado pelo Governo do Estado conta também com a parceria e articulação do Complexo do Pecém; Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e Universidade Federal do Ceará (UFC).
Ele explica que, dos quatro decretos previstos para viabilizar o hub de hidrogênio, três devem ser assinados inicialmente. O primeiro deles formalizando a intenção política de montar uma cadeia produtiva em torno do hidrogênio verde no Estado. O segundo será para efetiva criação do grupo de trabalho interinstitucional que vai coordenar as ações de estruturação do projeto. E um protocolo de intenções com uma empresa australiana interessada em investir no projeto. “Também tem mais um protocolo que formaliza a parceria com uma universidade do Rio de Janeiro. Estamos somente aguardando um retorno da procuradoria, mas a parceria vai acontecer e será assinado mais na frente.”
O Ceará também vai sediar nos próximos três anos o projeto Pro QR. A iniciativa, firmada entre Sedet, Ministério da Ciência e Tecnologia e Agência de Desenvolvimento Alemão, visa desenvolver pesquisas para produção de querosene de aviação a partir de hidrogênio verde.
“A ideia chegou até nós por meio de um cearense que fez doutorado na Unicamp e criou uma empresa que já produz hidrogênio verde a partir da eletrólise da água, utilizando energias renováveis”, afirmou o secretário executivo de Comércio, Serviço e Inovação da Sedet, Júlio Cavalcante.
A expectativa é que em um ano a pesquisa comece a apresentar resultados. O governo cearense está apoiando a iniciativa na busca de parceiros para financiamento do projeto. Inicialmente, a negociação é que o projeto piloto ocorra no terreno da Fraport, em Fortaleza.