28/01/25 | São Paulo
Setor fotovoltaico atrair mais de R$ 241 bilhões em novos investimentos ao país desde o inicio de sua expansão, diz ABSOLAR
Reportagem publicada pelo Canal Solar
Menos de um mês após registrar o melhor desempenho anual da história, o setor de energia solar atingiu mais uma marca de expressão no mercado brasileiro: a de 53 GW de capacidade instalada, segundo dados divulgados pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
O mapeamento considera o somatório dos sistemas instalados de micro e minigeração distribuída (com 35,5 GW) e das grandes usinas solares (com 17,5 GW). O resultado representa um crescimento de mais de 40% em relação aos 37,2 GW que haviam no país no mesmo período do ano passado.
Desde o inicio de sua expansão, a fonte fotovoltaica já foi responsável por atrair mais de R$ 241 bilhões em novos investimentos no Brasil. Além disso, gerou mais de 1,5 milhão de novos empregos verdes, contribuiu com mais de R$ 74,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e ajudou na redução de mais de 64,2 milhões de toneladas de CO2.
A ABSOLAR avalia que o avanço da energia solar é reflexo do alto potencial da fonte no Brasil. Contudo, alerta que o setor vem enfrentando uma série de desafios num curto espaço de tempo.
Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, afirma que ano de 2024, em especial, foi de grandes dificuldades para o setor, com negativas pelas distribuidoras de conexão de novos sistemas solares por alegação de inversão de fluxo de potência no caso da geração distribuída.
“Já no caso da geração centralizada, o setor foi alvo de cortes de geração de energia (curtailment ou constrained-off) pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que prejudicaram pesadamente a receita dos geradores, dificultaram o cumprimento de contratos e comprometeram investimentos em novos empreendimentos solares”, disse ele.
Além disso, o executivo salienta que para os dois segmentos, o recente aumento no imposto de importação de painéis solares foi recebido com preocupação e descontentamento, pois “joga contra o crescimento da tecnologia no Brasil”, disse ele.
Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, pontua que muitos desses obstáculos enfrentados permanecem presentes no horizonte de curto e médio prazos dos empreendedores do setor – o que exigirá uma atuação mais intensa das associações e entidade do setores, com “ações de articulação junto às distribuidoras, à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), aos órgãos do setor elétrico, ao Congresso Nacional e ao Governo Federal”, afirmou ele.