15/03/24 | São Paulo
Evento focou no potencial e nas condições favoráveis que o país apresenta para a economia verde
Por: Viviane Lucio
Reportagem publicada pelo Canal Solar
O Fórum Anual da BloombergNEF, realizado na manhã de quarta-feira (13) em São Paulo (SP), tratou sobre como o Brasil pode aproveitar suas vantagens competitivas e recursos naturais para geração econômica.
De acordo com dados apresentados no evento, o Brasil atraiu US$ 35 bilhões em investimentos em transição energética em 2023, colocando o país no 6º lugar no mundo e como primeiro colocado no ranking dos emergentes.
Os palestrantes afirmaram as condições favoráveis para o Brasil, na produção de produtos verdes, tecnologias para energia renovável, minerais críticos, crédito de carbono. Os painéis também apontaram a falta de políticas públicas para alavancar o setor.
No painel ‘O futuro do setor elétrico Brasileiro’, James Ellis (BloombergNEF) disse que o Brasil é o membro do G20 que mais investe em transição, capitaneado pelo BNDES, que é o banco que mais financia projetos renováveis no mundo.
Como oportunidades destacam-se o hidrogênio verde de baixo custo a US$1,47 dólares/kilo até 2030, fertilizantes verdes, metais de transição, como grafite e manganês e aço verde.
A questão da regulamentação para a transição verde foi destaque na fala de Luciana Costa do BNDES, a gestora apontou que há demora na introdução do pacote verde no Brasil em comparação a outros países, mas frisou que os projetos de lei necessários para a regulamentação estão avançando no Congresso.
A descarbonização também é um fator promissor e que pode alavancar investimentos no país, por aqui já ter uma matriz energética mais limpa.
O investimento em descarbonização pode alavancar a economia, pois o país pode se tornar o principal destino de estímulos verdes no mundo, ressaltaram Roberta Cox (GWEC) e José Puga da JGP Asset Management.
O quadro sobre o Amazonas abordou a justiça climática e a social. O governador do estado, Wilson Lima e o secretário de meio ambiente, Eduardo Taveira, falaram sobre a importância de se explorar os recursos naturais da Amazônia, como potássio, gás e florestas nativas, de forma sustentável. Assim, garante-se a segurança alimentar e social da população.
Um dos maiores destaques atuais no cenário renovável, o hidrogênio verde, foi pauta de discussão. Os painelistas Luciana Costa (BNDES), Luiz Viga (Fortscue) e Maria Gabriela da Rocha Oliveira (Atlas Agro), evidenciaram a importância de políticas públicas governamentais para alavancar o potencial de produção do combustível.
De acordo com os palestrantes, para tornar o hidrogênio verde brasileiro mais competitivo que o cinza, é preciso baratear os preços, aumentar os incentivos e investir em tecnologia, para competir tanto no mercado nacional quanto no internacional.
Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) esteve presente no evento e comentou sobre a pressão para a queda nos incentivos às fontes solar e eólica, enquanto os subsídios às fontes fósseis como petróleo, gás e carvão continuam.
Koloszuk afirma que é lógico que se tire primeiro os incentivos dessas fontes sujas, antes de mexer nos subsídios da solar e da eólica, porque essas fontes são mais baratas e contribuem para o meio ambiente e para a transição energética.
“É de suma importância que se invista em incentivo para a produção de hidrogênio verde, assim como se fez com as energias solar e eólica, que precisam continuar com subsídios para manter o setor aquecido e os preços competitivos.”, disse Koloszuk.