27/01/25 | São Paulo
Com mais de 2,2 milhões de km² de reservatórios mapeados e sistemas fotovoltaicos flutuantes crescendo 50% em eficiência em uma década, essa tecnologia promete atender toda a demanda global de eletricidade e ainda economizar água.
Reportagem publicada pelo Click Petróleo & Gás
Já imaginou um mundo onde a tecnologia transforma reservatórios de água em verdadeiras usinas solares flutuantes capazes de abastecer o planeta inteiro? Parece algo saído de um filme, mas essa ideia está mais próxima da realidade do que você imagina. Um estudo internacional liderado por Carlos D. Rodríguez-Gallegos revelou que sistemas fotovoltaicos flutuantes (FPV) podem revolucionar a forma como utilizamos tecnologia para produzir energia limpa e sustentável.
Com base no maior banco de dados global de sistemas FPV, a equipe analisou informações de mais de 1.100 instalações comerciais até 2022, abrangendo mais de 2,2 milhões de quilômetros quadrados de reservatórios. A conclusão? Estamos apenas arranhando a superfície de um potencial gigantesco.
E mais: países ao redor do mundo já estão percebendo esses benefícios. Por exemplo, nos Alpes Suíços, mesmo em condições adversas de altitude, os FPVs têm demonstrado um desempenho impressionante.
Quando falamos em energia solar flutuante, a Ásia é a grande protagonista. O continente é responsável por quase 90% da capacidade instalada no mundo, e a China lidera a corrida com quase metade do total acumulado.
Mas o que impulsiona essa liderança? Políticas governamentais que favorecem energias renováveis, metas ousadas e regulamentações que incentivam a expansão dos FPVs. Entre 2013 e 2022, o tamanho médio dessas instalações saltou de 0,09 MW para 1,40 MW, enquanto a densidade de potência aumentou de 82 W/m² para 123 W/m².
Segundo Xataka, a África também está começando a explorar o potencial dos FPVs. Projetos como a central de 250 MW na barragem de Kariba, no Zimbábue, e a expansão de 5 MW para 15 MW em Gana são sinais de um futuro promissor. Na Europa, com a eliminação do carvão como fonte de energia, países como a Espanha estão liderando o caminho com um aumento significativo na geração fotovoltaica, agora representando 21% de sua eletricidade.
Tecnologias como painéis bifaciais, que captam a luz refletida na água, e sistemas de rastreamento solar, que maximizam a exposição à luz do sol, estão revolucionando a eficiência dos FPVs. Essas inovações garantem que essa solução seja não apenas viável, mas também competitiva em termos econômicos.
Falando em economia, um exemplo notável vem da Índia, onde um projeto conseguiu reduzir o custo de instalação para apenas 0,41 dólares por watt.
E se expandíssemos essa tecnologia para o mar? Os pesquisadores estão de olho em aplicações offshore, que podem desbloquear ainda mais capacidade energética. Segundo estimativas, cobrir apenas 10% da superfície de reservatórios continentais poderia gerar até 22 TW de energia, o suficiente para atender a todo o consumo global de eletricidade.