02/12/24 | São Paulo
Empresa, que adquiriu a distribuira AES em outubro, também possui quatro drones para monitoramento de falhas em complexos nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Piauí
Reportagem publicada pelo Época Negócios
O Brasil ocupa o 6º lugar em capacidade instalada de energia solar no mundo, após atingir a marca de 50 gigawatts (GW) de potência acumulada no final de novembro, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Nas primeiras colocações estão Estados Unidos, China, Alemanha, Índia e Japão, nesta ordem.
De janeiro a outubro, foram instaladas 119 usinas solares no país, que adicionaram 4,54 GW de potência elétrica no Brasil. Com alta tecnologia embarcada, as placas solares exigem acompanhamento técnico para oferecer maior eficiência na geração de energia.
Nos Complexos Solares Ouroeste e Guaimbê, em São Paulo, no Complexo Sol de Jaíba, no norte de Minas Gerais, e no Complexo Sol, do Piauí, sete robôs e quatro drones da Auren Energia — empresa que adquiriu a AES, em outubro — são utilizados para monitoramento e limpeza dos painéis fotovoltaicos. As placas ficam sujas no período de baixa umidade do ar, com a dispersão de poeira, e cheias de fuligem, quando há focos de incêndio na região em que estão instaladas.
Os equipamentos foram adotados em fase de testes em 2021 e passaram por ampliação e atualização neste ano para aumentar a capacidade de limpeza de módulos em até cinco vezes, contribuindo para um aumento de aproximadamente 7% na capacidade de geração de energia solar da empresa.
De acordo com Luís Paschoalotto, gerente executivo de geração solar da Auren Energia, os sete robôs da empresa têm capacidade para limpar mais de 20 mil módulos de painéis solares por dia ou até 4.000 por hora.
Na prática, o equipamento funciona como um trator que possui uma escova rotativa de até sete metros de altura, com velocidade de até 6 km/h, que pode ser controlado por um funcionário dentro de uma cabine por meio de um joystick.
“Em geral, cada complexo possui mais de 500 mil módulos solares e, para que se garanta uma performance adequada das plantas solares, sobretudo em períodos de seca, é necessário realizar a limpeza das superfícies dos módulos diariamente”, afirma Paschoalotto.
Os drones, por sua vez, agilizam a identificação dos problemas e reparo das falhas, garantindo um ganho de 50% na eficiência da operação. “Considerando que cada um dos nossos complexos solares ocupam áreas de centenas de hectares, seria preciso mobilizar uma equipe de quatro pessoas por oito semanas para percorrer todo o perímetro e interior da área total”, calcula o gerente.
Para aquisição dos equipamentos, a empresa investiu de R$ 2,5 milhões. Além de utilizar os drones para monitorar os painéis fotovoltaicos, a Auren também adota a tecnologia para combate a focos de incêndio a partir de sensores térmicos. “Um dos maiores desafios é a necessidade de constante inovação e inteligência de dados para garantir eficiência em meio à transição energética e descarbonização mundial”, conclui Paschoalotto.