08/03/24 | São Paulo
Por Roberta Corrêa
Reportagem publicada pelo Portal Plural
À medida que o debate global sobre a necessidade de transição energética ganha destaque, as iniciativas brasileiras em prol de novos modelos de energias renováveis despontam. O Brasil, reconhecido internacionalmente pelo uso de energias limpas, está à frente com projetos de grande relevância, especialmente no estado do Rio Grande do Sul, que se destaca nacionalmente nesse campo.
Esse progresso é resultado de uma renovação na matriz energética brasileira nos últimos anos. Após um longo período dependendo dos mesmos recursos, o país diversificou sua geração e hoje conta com pelo menos 10 fontes de energia, sendo seis delas renováveis. Destacam-se a energia eólica e solar, que crescem significativamente a cada ano.
Embora os parques eólicos e as usinas solares sejam mais visíveis nos investimentos em energia, a energia hídrica, através das hidrelétricas, ainda é considerada uma fonte renovável significativa e permanece como a principal matriz energética do Brasil, com 53% da capacidade instalada. Energia eólica e solar representam 11,5% e 11,8% da capacidade, respectivamente, de acordo com dados oficiais do Sistema Interligado Nacional.
No Rio Grande do Sul, o cenário é particularmente promissor. Cerca de 84% da eletricidade é gerada a partir de fontes renováveis, conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Somente em energia solar, o estado responde por 10,3% da potência instalada, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Na visão de especialistas do setor, esse movimento em direção às energias renováveis é irreversível. Os investimentos em novas fontes de energia estão alinhados com compromissos cada vez mais exigidos pelo mercado, indo além da sustentabilidade para se tornar um diferencial corporativo com as práticas de ESG (Environmental, Social and Governance – Governança Corporativa, Ambiental e Social).
Para Edilson Deitos, coordenador do Grupo Temático Energia e Telecomunicações do Conselho de Infraestrutura da Fiergs, o setor industrial tem se destacado em termos de ESG, impulsionado pela matriz energética brasileira.
O Rio Grande do Sul, terceiro estado no ranking nacional, encerrou 2023 com mais de 2,5 gigawatts de potência de energia solar gerada. Desde 2012, quando a instalação de painéis solares teve início, foram atraídos mais de R$ 13,1 bilhões em investimentos para o estado, de acordo com a Absolar. Além disso, mais de 75,6 mil empregos foram criados nesse período.