10/11/24 | São Paulo
A energia 3D vem transformando o uso de fontes energéticas no mundo inteiro, tornando as atividades industriais mais eficientes e sustentáveis
Reportagem publicada pelo Capital News
Com o agravamento da crise climática e o risco iminente de esgotamento de recursos naturais, o uso de energias renováveis se tornou uma prioridade no Brasil e no mundo. Petróleo e outros combustíveis fósseis vêm sendo substituídos em vários setores industriais.
Dados recentes do Ministério de Minas e Energia indicam que aproximadamente 50% da matriz energética brasileira já é considerada renovável. O país também assumiu o compromisso de anular as emissões de gases de efeito estufa até 2050.
Entre as novas estratégias, a energia 3D para a indústria surgiu como um conceito cujo objetivo é tornar as atividades mais sustentáveis no futuro. Essa abordagem vem se tornando uma tendência e trabalha com três ideias principais: descarbonização, descentralização e digitalização.
A chegada da era digital possibilitou avanços para garantir maior sustentabilidade nas atividades industriais. A energia 3D para a indústria se refere a um conjunto de iniciativas com o objetivo de otimizar o setor, aumentando a eficiência e reduzindo custos, além de incentivar o uso de fontes energéticas renováveis.
No Brasil, mais de 90% da energia elétrica se tornou renovável em 2023, segundo dados do governo federal. Os tipos de energia sustentável mais utilizados no país são hídrica, eólica e biomassa.
Fontes não renováveis, como gás natural, petróleo e carvão mineral, ainda são utilizadas, mas em menor escala. Além dos danos ao meio ambiente, esses materiais são limitados e correm risco de esgotamento até 2030, segundo uma pesquisa da Agência Internacional de Energia (AIE).
Por outro lado, as energias renováveis não se esgotam e ainda são benéficas para a sustentabilidade.
Atualmente, o Brasil apoia o uso crescente de fontes energéticas sustentáveis em suas operações, como a energia 3D para a indústria. Embora ainda esteja atrás globalmente nesse aspecto, o país tem investido em estratégias para contribuir com a sustentabilidade e, ao mesmo tempo, aumentar a eficiência das atividades.
Em 2023, o Brasil alcançou seu recorde no uso de energia solar, com R$ 64,8 bilhões previstos para investimentos em energia renovável.
O sol é uma das fontes que mais tem ganhado espaço, sendo inesgotável e com benefícios financeiros a longo prazo. O país segue atento aos avanços digitais para tornar a distribuição de energia mais dinâmica e o mercado mais livre no segmento.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR), é possível afirmar que a descentralização da energia elétrica no Brasil já é histórica e abrange os 26 estados, além do Distrito Federal. Somente a geração solar reduziu em 50 milhões de toneladas a emissão de CO2 na atmosfera.
Tanto as fontes renováveis quanto as não renováveis ainda coexistem no setor industrial. No entanto, a energia sustentável está em constante crescimento e, em diversos setores, já supera os combustíveis fósseis que prejudicam o meio ambiente.
Entre as fontes sustentáveis, a energia solar, também conhecida como fotovoltaica, capta diretamente a energia do sol, sendo eficiente e capaz de otimizar as operações industriais. Além dos benefícios ambientais, esse modelo também oferece ganhos financeiros, já que sua vida útil pode superar várias décadas.
Outra fonte renovável muito utilizada é a hidrelétrica. Nesse modelo, a pressão da água é usada para gerar energia, sem afetar a disponibilidade do recurso e evitando problemas ambientais como a emissão de gases poluentes.
Por outro lado, esse sistema precisa ser bem planejado para não causar danos ao ecossistema e à população local. Atualmente, as hidrelétricas respondem por mais de 60% da eletricidade no Brasil.
Da mesma forma, as fontes eólicas aproveitam um movimento natural para gerar energia renovável, utilizando a força do vento.
Entre as fontes não renováveis, o petróleo ainda é amplamente utilizado no mundo inteiro, motivando disputas geopolíticas devido ao seu valor. Entretanto, sua disponibilidade diminui a cada ano, além dos impactos ambientais que provoca.
Assim como o carvão e o gás natural, esses recursos vêm sendo reduzidos nas atividades industriais de diversos segmentos.
O conceito de energia 3D está vinculado a três ideias principais. Juntas, elas têm como objetivo promover um consumo de energia mais sustentável em todo o mundo, considerando os problemas climáticos e a escassez de recursos.
A descarbonização está relacionada ao fim do uso de combustíveis fósseis, que prejudicam o meio ambiente e estão se esgotando, visando fontes mais limpas e renováveis. A energia gerada por recursos naturais, como o sol e a água, oferece benefícios em vários sentidos
Esse processo tem um impacto importante no Acordo de Paris, assinado pelo Brasil e outros 194 países, cujo objetivo é reduzir a emissão de gases de efeito estufa até 2030.
A descentralização está associada a uma maior liberdade na distribuição de energia. Assim, as opções de fontes energéticas se tornam mais variadas e acessíveis a um número maior de pessoas, promovendo a sustentabilidade por meio de alternativas renováveis.
Um exemplo disso é a geração distribuída de energia, na qual o próprio consumidor ou um local próximo realiza essa função, como ocorre com os painéis solares instalados em residências.
Por fim, a digitalização se baseia nos avanços tecnológicos para tornar o setor mais eficiente e sustentável. A gestão de energia com IA integrada pode auxiliar nas análises e em estratégias para tornar as operações mais renováveis, entre outras aplicações.
A Indústria 4.0 aproveita o ritmo dos avanços industriais, com conceitos como automação e análise inteligente de dados, para aumentar a eficiência das operações. Nesse contexto, a energia 3D para a indústria está diretamente relacionada, principalmente na digitalização.
Essas inovações otimizam a gestão da eletricidade no Brasil e no mundo. Um setor modernizado implica acompanhar as tendências que mostram a necessidade de integrar fontes energéticas mais renováveis às operações.
A inteligência artificial é um exemplo de tecnologia que pode melhorar a eficiência nas atividades e contribuir para a sustentabilidade.
A máquina pode aprender a otimizar o uso de fontes de energia e reduzir o consumo de forma geral. Além disso, a análise de dados pode fornecer insights nesse processo.
De modo geral, a energia 3D promete gerar impactos positivos no setor industrial no futuro, caso suas ideias sejam utilizadas da maneira correta nas atividades.
