27/11/24 | São Paulo
Apenas outros cinco países já superaram a marca; mercado brasileiro conta 33,5 GW na geração distribuída e 16,5 GW na geração centralizada
Reportagem publicada pelo Portal Solar
A energia solar atingiu a marca de 50 gigawatts (GW) de potência instalada operacional no Brasil, mostra balanço da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). De acordo com a entidade, desde 2012, o setor trouxe ao Brasil mais de R$ 229,7 bilhões em investimentos e R$ 71 bilhões de arrecadação aos cofres públicos, além de gerar mais de 1,5 milhões de empregos.
O balanço considera o acumulado entre a geração distribuída via pequenos e médios sistemas (33,5 GW) e as grandes usinas solares (16,5 GW). Desta forma, o Brasil se junta a outros cinco países que já superaram os 50 GW: China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Japão, que lideram nesta ordem o ranking global de energia solar.
A Absolar avalia que, com boas políticas públicas e investimentos feitos em sua grande maioria pelos próprios consumidores, o avanço da fonte solar no país representa um caso de sucesso internacional.
A fonte solar já evitou a emissão de cerca de 60,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade, contribuindo para a transição energética no Brasil. Atualmente, a fonte equivale a 20,7% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira, sendo a segunda maior da matriz.
Em novembro, o Governo Federal anunciou novo aumento do imposto de importação sobre módulos fotovoltaicos (painéis solares), de 9,6% para 25%. A Absolar aponta que a medida prejudica o avanço da tecnologia no Brasil, pois encarece a energia solar para os consumidores residenciais, comerciais, industriais, rurais e públicos, dificultando o acesso à fonte solar pela população, justamente em um momento em que o mundo trabalha para combater as mudanças climáticas.
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“Por mais que os 50 GW sejam motivo de comemoração, a medida do governo, definida de maneira uniliteral, sem ouvir a sociedade e o mercado, mancha a trajetória de sucesso da energia solar no Brasil e ameaça os investimentos atuais e futuros, com risco de aumento da inflação, perda dos empregos verdes já gerados e insegurança jurídica para as empresas que atuam no país”, alertou o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk.
Já o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, reforça que políticas protecionistas como esta retardam o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país, bem como afetam diretamente a credibilidade internacional do Brasil na transição energética.
“Saímos da COP 29, no Azerbaijão, e agora o Brasil se prepara para sediar a COP 30, em Belém, no Pará. No entanto, com essa medida contrária à energia solar, o país vai na contramão dos esforços de promover a transição energética e se distancia da posição de liderança e protagonismo na geopolítica do combate ao aquecimento global”, concluiu.