21/08/21 | São Paulo
Reportagem publicada no Jornal Nacional
Em tempos de conta de luz cara, aumenta a procura por formas de energia limpa e mais barata. A instalação de placas solares teve um crescimento de quase 50% até a metade deste ano.
Na casa do estudante de engenharia Mateus Pereira Lima, um alívio. A conta de luz que estava pesando no orçamento, despencou nos últimos meses. O motivo pode ser visto no telhado da casa. Ele instalou placas fotovoltaicas para gerar energia a partir da luz do sol.
“Um dos melhores casos é o dinheiro, é o investimento. Então, sair de uma conta que já deu R$ 500 e pagar hoje R$ 82 é algo que era assim um grande sonho para minha família”, conta Mateus.
As constantes altas na conta de luz têm feito muita gente buscar alternativas para economizar. A instalação de sistemas de energia solar no Brasil cresceu quase 50% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, e 80% desses novos sistemas são de clientes residenciais.
No total, 1,5 milhão quilowatts foram instalados entre janeiro e junho, o suficiente para abastecer mais de 180 mil imóveis por mês.
“Dentro de uma empresa, a energia elétrica é o terceiro maior custo. Dentro de uma residência também. Então, você ter uma geração própria de energia tem como principal incentivo redução de custo”, afirma Jonas Becker, coordenador da Absolar no Ceará.
No país, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul são os estados com maior potência instalada para geração de energia solar. O Ceará ocupa a primeira posição no Nordeste.
Uma empresa de Fortaleza passou de 500 placas de energia solar vendidas por mês, no ano passado, para uma média de 2 mil placas mês este ano.
“A nossa expectativa é que esse mercado continue crescendo da forma franca como ele está crescendo por mais cinco ou dez anos. A capacidade que a gente tem instalada, ainda em relação a toda a matriz energética, ainda é muito pequena. Então, 75% do mercado hoje não são grandes empresas, não são grandes indústrias, são sistemas residenciais”, diz o gerente comercial Mario Viana.
O empresário Angelo Nunes, presidente da Sindpan, fez um empréstimo para instalar as placas que geram energia para abastecer as duas padarias que tem em Fortaleza e, mesmo pagando a prestação, ainda acha vantagem.
“Eu vejo muita vantagem porque hoje, por exemplo, o nosso tempo de retorno das placas solares é de três anos, mas a duração das placas é de 25 anos. Nós trocamos a conta de energia pela prestação do banco, então, isso fez com que, rapidamente, em três anos, tenha sido pago”, fala.