Investimento na indústria renovável cresce 70% no mundo em 2023

13/05/24 | São Paulo

Reportagem publicada no Portal Solar

Aportes na fabricação de tecnologias de energia limpa atingiram US$ 200 bilhões no ano passado, representando cerca de 4% do avanço do PIB global, mostra relatório da IEA

Investimentos na indústria de energia renovável atingiram US$ 200 bilhões no mundo em 2023, um avanço de mais de 70% sobre 2022, representando cerca de 4% do crescimento do PIB global, mostra relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês.) O levantamento foca em cinco tecnologias essenciais do setor:  solar fotovoltaica, eólica, baterias, eletrolisadores e bombas de calor.

Conforme a IEA, os aportes na fabricação de equipamentos de energia solar mais do que dobraram no ano passado, enquanto investimentos na manufatura de baterias incrementaram em 60%.

Como resultado, a capacidade de produção de painéis solares já está em linha com o que será necessário para atender a meta de descarbonização projetada pela agência. Quando incluídos os projetos anunciados, a capacidade de fabricação de células de baterias atende 90% da demanda necessária para o objetivo de descarbonização ao final da década.

O relatório também mostra que cerca de 40% dos investimentos na indústria de energia limpa em 2023 foram destinados a linhas que entrarão em operação em 2024. Para baterias, essa parcela sobe para 70%.

Concentração geográfica

A IEA aponta que a indústria renovável segue geograficamente concentrada, com a China respondendo por mais de 80% da capacidade produtiva de módulos fotovoltaicos. Porém, o cenário poderá mudar para as baterias ao final da década, caso todos os projetos anunciados sejam concretizados, com Europa e Estados Unidos podendo atingir, cada um, 15% da capacidade global em 2030.

Concentração geográfica da capacidade produtiva atual e anunciada (2023-2030)

A China segue com os custos mais baixos para a produção de todas as tecnologias de energia renovável. Fábricas de baterias e equipamentos eólicas e fotovoltaicos costumam ser 20% a 30% mais caros de serem desenvolvidas na Índia e de 70% a 130% nos EUA e Europa.

É estimado que a grande maioria dos custos são relacionados a elementos operacionais, como energia, mão-de-obra e materiais, indicando que essas diferenças de gastos não são imutáveis e podem ser influenciados por medidas políticas.