06/08/20 | São Paulo
Produzir sua própria energia elétrica não é apenas uma questão de utilizar uma fonte limpa e sustentável, é também uma forma de garantir retorno a longo prazo! Os primeiros sistemas fotovoltaicos conectados a rede que entraram em operação na Alemanha, Suíça e Áustria (1981, 1982 e 1988 respectivamente), ainda geram atualmente energia limpa a mais de 35 anos e não há fim à vista para estes sistemas!
Na Universidade de Oldenburg opera um dos sistemas fotovoltaicos mais antigos da Alemanha. Desde 1981, este sistema fornece energia solar para o laboratório de energia do campus. Antes disto os 336 módulos, que somam uma potência instalada de 3,46 kWp, já estavam em uso por cinco anos em um projeto de pesquisa financiado pelo Ministério Federal de Pesquisa da Alemanha. Levando em conta esse período, os módulos já estão em operação por orgulhosos 40 anos.
Comparando os dados de potência nominal, especificados pelo fabricante em 1976, com os valores atuais, os módulos fotovoltaicos quase não perderam rendimento neste período. Em 2010, cientistas da Universidade de Oldenburg retiraram alguns módulos para testes em laboratório e o resultado foi surpreendente: os módulos com 34 anos de uso apresentavam ainda uma potência de 9,9 Watts, apenas 4% abaixo da potência nominal especificada na folha de dados do fabricante (10,3 Watts).
A eficiência do módulo estava em 8,2% em comparação com a especificação do fabricante de 8,55%. Atualmente a eficiência dos módulos fotovoltaicos de silício cristalino comercializados já alcança 17%.
O fabricante desses módulos, modelo “TSG MQ 36/0”, era a empresa AEG-Telefunken. A empresa foi na época a primeira fabricante de módulos fotovoltaicos da Alemanha, e mudou seu nome várias vezes antes de cessar a sua produção de módulos de células de silício cristalino em 2012.
De acordo com os especialistas da Universidade de Oldenburg, o tempo de vida dos módulos fotovoltaicos é determinado principalmente por dois fatores:
1. Os materiais semicondutores podem alterar suas propriedades durante o período de funcionamento, processo que é chamada de degradação. A degradação depende dos materiais que são utilizados em cada um dos casos. O silício utilizado é muito estável e dificilmente altera suas propriedades.
2. Por outro lado, e esta é a principal causa da vida limitada, as células fotovoltaicas precisam estar protegidas contra as influências do meio ambiente e estar conectadas ao sistema elétrico. Os componentes utilizados para estas finalidades, como o vidro frontal de proteção, o quadro de alumínio, a caixa de diodos e os cabos de conexão podem vir sofrer danos como quebra ou corrosões e assim tornar um sistema fotovoltaico “realmente vulnerável”.
A vida longa e a alta performance dos módulos fotovoltaicos depois de praticamente 4 décadas, comprova que a tecnologia é madura e segura para investimento.