05/03/24 | São Paulo
Reportagem publicada pela Revista Potência
As quedas seguidas da taxa Selic verificadas no segundo semestre de 2023 e no início deste ano, quando saiu de 13,25% em agosto para 12,25% no final no final de 2023, chegando agora em janeiro no patamar de 11,25%, elevou o número de unidades consumidoras atendidas por energia solar em telhados e pequenos terrenos no Brasil na ordem de 50%, o que aumenta ainda mais o otimismo dos consumidores na tomada de decisão por novas instalações fotovoltaicas este ano no País. Segundo mapeamento da fintech Meu Financiamento Solar, especializada em financiamento para projetos fotovoltaicos de geração própria de energia fotovoltaica no País, de agosto a dezembro de 2023, cerca de 600 mil novas unidades consumidoras aderiram ao uso da fonte solar em suas residências, empresas e propriedades rurais, ante os 400 mil novos consumidores conectados à geração fotovoltaica no primeiro semestre do ano.
Os dados foram feitos com base nos balanços oficiais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Outro fator que impulsionou o crescimento do uso da geração fotovoltaica está ligado ao aumento de consumo de eletricidade causado pela onda de calor que atingiu várias regiões nos últimos meses, aumentando assim a busca por painéis solares como alternativa de eficiência energética, redução de gastos e maior conforto térmico.
De acordo com levantamento na plataforma do Meu Financiamento Solar, somente no mês de novembro de 2023, o volume de simulações de crédito cresceu 20% em comparação com outubro. “Com o novo anúncio de 11,25% da Selic em janeiro deste ano, o mercado fotovoltaico deve entrar em nova onda de otimismo e crescimento, já que o cenário de queda da taxa de juros impulsiona significativamente o setor de energia solar, pois garante mais facilidade de contratação de financiamento pelos clientes, além de reduzir o tempo de retorno do investimento”, aponta Carolina Reis, diretora do Meu Financiamento Solar.
Tal aumento de confiança dos consumidores pode, na visão da executiva, acelerar ainda mais os novos projetos de energia solar em residência e empresas ao longo de 2024.
No acumulado, a geração própria de energia solar ultrapassou recentemente a marca de 25 gigawatts (GW) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil, com mais de 3,2 milhões de unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica.
Desde 2012, foram cerca de R$ 125,8 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 751,2 mil empregos acumulados no período, espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 31,5 bilhões.
“Embora nosso maior público sejam consumidores residenciais, que são os mais impactados pelas altas tarifas de energia elétrica no País, notamos uma procura crescente no financiamento de energia solar para condomínios, que buscam reduzir a conta do consumo das áreas comuns dos prédios”, acrescenta a diretora do Meu Financiamento Solar.
“Devido ao crescimento dessa demanda de energia, também estamos com muitos projetos de clientes que solicitam expansão de sistemas que já foram instalados, a fim de conter esse aumento do consumo”, diz a executiva.
Outro ponto fator de crescimento da procura por painéis solares é a proteção contra a inflação energética, que blinda o consumidor das oscilações tarifárias que podem acontecer com escassez hídrica e aplicação de bandeiras vermelhas.