22/01/23 | São Paulo
Reportagem publicada pela O Globo
Instalada na Rocinha, no Rio, a unidade-piloto da Torre Verde, projeto que reúne economia circular e inovação tecnológica, se prepara para entrar em fase de captação de parceiros para manter suas atividades.
A estrutura com 12,5 metros de altura conta com quatro andares de hortas suspensas, aceleradora de compostagem para transformar resíduo orgânico em adubo, geração de energia solar e captação de água da chuva.
“Criamos uma estrutura simples, com andaimes, erguida em um mês. Tem geração de energia limpa, capta água da chuva e permite a compostagem de resíduos orgânicos. Neste piloto, o foco é educacional e pedagógico. A Torre fica num pátio entre duas escolas e atende a 780 crianças. Elas ajudaram a montar as jardineiras, colhem e comem a produção nas escolas. É uma tecnologia social que nasceu numa favela” — destaca Mônica Garcia, da ONG Entrelaces – Associação Brasileira de Pesquisa e Projetos em Educação e coordenadora da Torre Verde.
A Torre Verde fica entre o Ciep Doutor Bento Rubião e a escola municipal Luiz Paulo Horta. E já tem 20 quilos de legumes e hortaliças colhidos por mês. A produção é utilizada para preparar o almoço desses dois colégios.
A estrutura processa metade dos resíduos orgânicos gerados nas duas escolas, ou 45 quilos por dia. O adubo resultante da compostagem alcança mais de 200 quilos por semana, distribuídos a alunos, funcionários, pais e professores da comunidade escolar.
O projeto foi viabilizado com R$ 487 mil vindos de um edital da Faperj do fim de 2021. E contou com um consórcio de entidades em sua organização.
“A maior despesa é a do aluguel dos andaimes. Precisamos ter mais torres para, futuramente, entrar no mercado de crédito de carbono. Por ora, trabalhamos para termos parceiros e benefícios que permitam manter a Torre Verde da Rocinha. Depois, poderemos replicar o projeto em outros lugares” — diz Mônica.